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Solteiros se cansam dos sites de namoro e contratam cupidos de aluguel

Cort Johnson, 27 anos, é um rapaz amável com habilidade para promover a sua empresa — uma firma novata de aplicativos de celular, da qual é cofundador. Mas quando se trata de socializar, especialmente com mulheres, ele fica mudo.


"Eu gostaria de ser romântico", suspira ele. "Mas como?"

Para Johnson e muitos outros, a resposta é: "Contrate um treinador".
Cort Johnson

Na esperança de encontrar algumas jovens promissoras em uma festa de fim de ano em dezembro, Johnson recrutou Thomas Edwards, que dirige um serviço chamado "Wingman Profissional". Por uma taxa de US$ 125, Edwards acompanhou Johnson ao evento, fazendo o papel de um bom amigo. Enquanto os dois abriam caminho entre os grupos, o "wingman" (expressão em inglês para um amigo que dá apoio ao outro numa conquista romântica) alertava seu pupilo sobre as moças mais dispostas a flertar, e o ajudava a se apresentar com naturalidade.

"Adoro isso", disse Johnson.

Kevin Emmons, um diretor do serviço de cupidos de aluguel Miss Pivot, dá instruções a uma nova empregada sobre como ler linguagem corporal.

Agora que os românticos estão se cansando do jogo do namoro digital, serviços especializados em temas do coração estão entrando em ação para levá-los de volta ao passado. Essas firmas, que vêm se estabelecendo em cidades como Boston e Nova York, estão promovendo os antiquados encontros tête-à-tête. E estão ganhando impulso num momento em que os sites de relacionamentos estão atraindo menos visitantes.

Susan Baxter, fundadora da "Hire a Boston Wingwoman" (algo como Contrate uma Cupido em Boston"), diz que lançou seu negócio especificamente porque seus amigos já estavam cansados de namorar on-line. Ela sentiu que ali havia um bom nicho.

"Você vai encontrar a pessoa e percebe que a foto foi tirada há 10 anos e que ela não é quem você imaginava", diz Baxter, de 32 anos. Ao trabalhar com um cupido profissional cheio de confiança, seus clientes "podem ver imediatamente o possível parceiro ou parceira e saber na hora se existe uma química".

Baxter, cujas taxas começam em US$ 130, insiste que os clientes que saem com um profissional ao lado têm melhores chances de sucesso do que os que saem com um amigo não treinado. Muitas vezes, o amigo "fala coisas idiotas, como 'Meu amigo achou você sexy'", diz ela.

Embora os sites de namoro tenham modificado a dança do romance, pesquisadores acadêmicos não acreditam muito nos seus supostos índices de "sucesso" (metáfora para "casamento"). E o FBI, que trata de crimes de internet, informa que recebe anualmente milhares de queixas de pessoas que são enganadas por falsos pretendentes.

A maioria dos novos serviços informa que o foco é sobretudo nos clientes homens, com base na teoria de que os homens precisam mais de ajuda, já que as mulheres costumam sair em grupos, tornando mais difícil para um rapaz solitário se aproximar. Mas os cupidos de aluguel dizem que às vezes também poder ajudar clientes do sexo feminino.

Josh Mitchell, de 27 anos, fundou um serviço de cupido acompanhante em Indianapolis, chamado "Miss Pivot," no ano passado, depois de participar de um evento para jovens empresários. Deixando de lado o aspecto romântico, ele percebeu ali algo mais que o convenceu de que tinha em mãos uma ideia vencedora. Parece que ninguém mais, diz ele, sabe como ter uma conversa cara a cara. "Havia muitas habilidades sociais que as pessoas captavam vendo o comportamento dos pais; mas agora todo mundo vive ocupado vendo coisas na internet ou jogando videogames on-line", diz ele.

Mitchell agora dirige a Miss Pivot com uma equipe de cinco amigas, incluindo uma "treinadora chefe", além de oito "pivôs" freelancer, que podem ser contratadas por US$ 45 a US$ 65 por hora.

Para os encontros, as pivôs geralmente evitam as boates e vão a livrarias, cafés ou bares onde o balcão é alto. "Sentar-se em banquetas altas põe todo mundo no mesmo nível", diz Mitchell.

Na festa de Boston, Johnson conseguiu um convite para o seu cupido de aluguel. Ao entrar, viu vários grupos alegres tomando cerveja e dançando.

Johnson avaliou a multidão e conversou com várias mulheres, sempre com Edwards ao seu lado. "Thomas me dá confiança", disse ele.

Quando uma mulher elogiou o suéter branco de Edwards , ele abraçou seu cliente e disse: "Ficaria muito melhor nele."

Na sessão de preparação de estratégias antes da festa, Edwards determinou que Johnson gosta de se divertir, mas tem problemas em expressar sentimentos. "Se ele gosta de alguém, não deixa claro que ele está interessado", disse Edwards.

Mas perto da meia-noite, Johnson fez grande progresso. A mulher com que ele tinha conversado, e gostado, anteriormente, sentou em uma cadeira de costas para o grupo que a acompanhava.

Ele se aproximou e sentou no colo dela. Edwards ficou olhando, atônito. Principalmente, quando viu a mão da mulher estacionar no ombro de Johnson.

"Adorei!", disse Edwards. "Eu sabia que Cort conseguiria." Pouco depois, Johnson foi ao encontro de seu cupido de aluguel, sorrindo, e com o número do telefone da mulher.

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