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Kodak pede concordata



A Eastman Kodak Co. entrou na manhã de quinta-feira com pedido de proteção judicial num tribunal de concordatas de Nova York, depois de um período em que a empresa que já foi ícone da fotografia ficou sem dinheiro para conduzir sua problemática tentativa de recuperação.


A empresa, que já esteve na lista das maiores ações da Bolsa de Nova York, anunciou que obteve um empréstimo de US$ 950 milhões do Citigroup Inc. para se manter durante a concordata. A empresa também contratou Dominic Di Napoli, vice-presidente do conselho da FTI Consulting Inc., para ser o diretor de reestruturação e ajudar a comandar a empresa durante o processo de concordata.

Fundada há 131 anos, a Kodak luta há décadas para sobreviver à emergência de concorrentes ao seu negócio de filmes e à ascensão da tecnologia digital. Sua última tentativa de se tornar uma empresa de impressoras se provou cara demais em meio ao declínio das vendas de filmes e as caras aposentadorias de seus empregados.

O pedido de concordata é um revés para o diretor-presidente, Antonio Perez, que entrou na empresa depois de comandar o negócio de impressoras da Hewlett-Packard Co. A Kodak já perdeu US$ 7 bilhões em valor de mercado durante seu período na chefia, enquanto o executivo tentava copiar o sucesso de seu antigo empregador com as impressoras.

A incerteza sobre a viabilidade da estratégia de impressoras traçada por Perez suscita questionamentos sobre o futuro dos 19.000 empregados da Kodak. O pedido de concordata também cria riscos para os aposentados da empresa, que pode tentar se esquivar de suas obrigações com aposentadoria e cobertura médica de antigos funcionários durante o o processo de concordata.

A Kodak informou que continuará operando seus negócios e espera sair da concordata ano que vem, depois de usar o processo para cortar custos e vender parte de sua carteira de patentes.

"A reorganização empresarial visa aumentar a liquidez nos Estados Unidos e no exterior, monetarizar patentes não estratégicas, resolver de maneira justa o passivo antigo, e permitir que a empresa se concentre em seus negócios mais lucrativos", informou a Kodak num comunicado.

Além da FTI, estão prestando consultoria à Kodak a firma de advocacia Sullivan & Cromwell e o banco de investimento Lazard Ltd.

A Kodak informou em seu pedido de concordata que tem US$ 5,1 bilhões em ativos e US$ 6,75 bilhões em dívidas.

Ela também informou que entre seus credores estão os varejistas Wal-Mart Stores Inc., Target, Best Buy e Amazon.com; e também a Sony Studios, a Warner Brothers, a Disney Studios e a Paramount Studios; e a fabricante de celulares Nokia.

Desde que Perez assumiu o comando, em 2005, a Kodak, que já integrou a Média Industrial Dow Jones, deu prejuízo em todos os anos exceto por um. Os problemas da empresa chegaram ao auge em 2011, quando parou de funcionar a estratégia de Perez de sugar o máximo da carteira de patentes da empresa com acordos de licenciamento.

Na esperança de tapar o buraco criado, a Kodak colocou à venda 1.100 patentes de tecnologia digital em agosto. Mas a perspectiva de um pedido de concordata deixou os possíveis compradores em cima do muro, disseram pessoas a par da questão. A Kodak também discutiu com fundos de hedge a possibilidade de tomar emprestado centenas de milhões de dólares para se manter até a venda das patentes, mas as negociações morreram em meio a vários obstáculos.

A pressão no caixa da Kodak ficou evidente em setembro, quando a empresa sacou US$ 160 milhões de uma linha de crédito num momento em que dissera a investidores que estaria conseguido economizar recursos.

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