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BlackRock quer lançar plataforma para negociar títulos de dívida

A BlackRock Inc. planeja criar uma plataforma de operações este ano que permitirá à maior administradora de ativos do mundo e outras firmas do segmento negociar títulos de dívida sem ter que passar por Wall Street.

O centro de operações eletrônicas tem o potencial de reduzir uma fonte lucrativa de receita dos bancos de investimentos, num momento em que seus negócios estão sendo pressionados pelo fraco movimento nos mercados e novas regulamentações criadas para coibir o risco depois da crise financeira.

A nova plataforma será administrada pela divisão BlackRock Solutions, sediada em Nova York, e oferecerá a 46 clientes – como fundos soberanos, seguradoras e outras administradoras de ativos – a habilidade de negociar títulos de dívida de empresas, títulos hipotecários e outros ativos, dizem executivos da empresa.

De acordo com o plano, a plataforma buscará unir compradores e vendedores dos mesmos títulos, num processo conhecido como "crossing trades". A BlackRock Solutions cobrará uma pequena comissão pelo serviço, que será muito menor que a cobrada pelas firmas de Wall Street.

Algumas das transações vão descartar corretores de Wall Street que há muito agem como intermediários dos mercados de crédito. A administradora de ativos da BlackRock, que supervisiona US$ 3,5 trilhões, também usará a plataforma.

Os executivos da BlackRock argumentam que a plataforma é voltada a diminuir custos e preencher a brecha criada pela capacidade menor de Wall Street de fornecer liquidez ao mercado, e não é uma forma de concorrer com os bancos de investimentos.

"Isso não vai canibalizar Wall Street", disse Richard Prager, diretor executivo da BlackRock e de operações globais, numa entrevista ao Wall Street Journal. "Se existem maneiras de os clientes economizarem, queremos propiciar isso a eles."

O diretor-presidente da BlackRock, Laurence D. Fink, há muito é um dos maiores críticos da maneira com os bancos de Wall Street conseguem um generoso "spread", ou diferença de preço, entre a compra e a venda de um título, e tem tentado reduzir os custos para os clientes de sua firma.

Os planos da BlackRock ressaltam as mudanças estruturais ocorrendo no "encanamento" dos mercados financeiros enquanto novas regras voltadas a coibir o risco bancário, bem como o aperto nos mercados de capital, reduzem a capacidade e os recursos de Wall Street para oferecer aos seus clientes operações no mercado.

O número de operações com títulos de dívida empresarial e hipotecária das maiores firmas, principalmente bancos de Wall Street, caiu 70% desde 2007, ano que marcou o início do aperto de crédito que precedeu a crise financeira. No mesmo período, a emissão de títulos de empresas aumentou e o total de aplicações dos investidores subiu significativamente.

Os representantes do BlackRock começaram a abordar administradores de ativos, convidando-os a participar da plataforma, e já criaram um grupo consultor de seis a oito clientes da BlackRock Solutions para desenvolver a iniciativa, provisoriamente chamada de "Aladdin Trading Network", inspirada no sistema de administração de investimentos da firma, o Aladdin. Vários clientes no grupo consultor também já concordaram em participar da nova plataforma, segundo a empresa.

A firma também está negociando com operadores de Wall Street para fornecerem cotações à plataforma. Os bancos também podem ser convidados a realizar transações que não podem ser conduzidas diretamente entre firmas de investimentos.

A BlackRock pediu o aval da SEC, a comissão de valores imobiliários dos Estados Unidos, para lançar a plataforma. A empresa testou recentemente a nova plataforma com uma operação e espera lançar o sistema até o fim do ano. Um porta-voz da SEC não quis comentar.

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